Não há Avé (Di) Maria que salve a época. As notas do Marseille-Benfica
Internacional argentino claudicou no momento de todas as decisões, e os encarnados despediram-se de (mais) uma competição.
Às eliminações da Taça da Liga e da Taça de Portugal (para não falar do ‘adeus’ praticamente certo à luta pelo título de campeão nacional), o Benfica juntou, esta quinta-feira, a queda da Liga Europa, nos quartos de final, perante o Marseille.
Os encarnados tinham, aparentemente, tudo para conseguir seguir em frente, sobretudo, porque levavam uma vantagem de 2-1, graças ao triunfo conquistado na Luz, uma semana antes. No entanto, perderam, por 1-0, no tempo regulamentar, e viram-se ‘corridos’ de vez, no desempate por grandes penalidades.
Os franceses entraram melhor no jogo, com mais bola, mesmo que com algumas dificuldades em penetrar a grande área adversária. Ainda assim, podiam ter chegado ao intervalo a vencer, não fosse uma boa defesa de Anatoliy Trubin a remate de Ilman Ndiaye.
No segundo tempo, o jogo abriu-se, e as oportunidades foram-se sucedendo, de parte a parte, abrindo caminho a um autêntico ‘show’, não só do guarda-redes do clube da Luz, como também do adversário, Paul López.
Foi então que, aos 79 minutos, quando o apuramento encarnado parecia já inevitável, Pierre-Emerick Aubameyang acelerou pela ala esquerda e cruzou para um cabeceamento certeiro de Francis Moumbagna, que ‘empurrou’ o jogo para prolongamento.
Aí, o ‘nó’ manteve, pelo que se seguiu o ‘tira-teimas’ a partir da marca dos 11 metros. Joaquín Correa, Geoffrey Kondogbia, Leonardo Balerdi e Luis Henrique bateram Trubin, ao passo que, do outro lado, Ángel di María atirou ao poste, e António Silva para as mãos de Pau López.
O Marseille vai, então, medir forças com a Atalanta (que deixou para trás o Liverpool, por um resultado agregado de 3-1), na próxima fase da Liga Europa. O Benfica, por seu lado, passa a centrar todas as atenções no campeonato português.
Figura
Uma noite ‘monstruosa’ de Pau López. O guarda-redes espanhol não teve de fazer uma única defesa, na primeira parte, mas manteve-se ‘ligado’ ao jogo, e ainda foi a tempo de deixar Rafa Silva, Ángel di María e Arthur Cabral à beira de um ataque de nervos. Já no desempate por grandes penalidades, voltou a fazer das suas, para defender o remate de António Silva.
Surpresa
Francis Moumbagna ‘saltou’ do banco de suplentes, aos 59 minutos, para o lugar de Emran Soglo, e revelou-se o ‘joker’ de Jean-Louis Gasset. Além de marcar o golo que ‘empurrou’ o jogo para prolongamento (e grandes penalidades), ainda se revelou a principal ameaça do Marseille, quando faltaram ‘pernas’ ao resto da equipa.
Desilusão
Uma noite que resumiu toda a temporada de Ángel di María. Aquela que era para ter sido a figura ‘cabeça de cartaz’ do Benfica, claudicou perante a pressão. Durante o tempo regulamentar, tirando um ou outro ‘fogacho’, esteve desaparecido, e, já no desempate por grandes penalidades, atirou ao poste logo na primeira tentativa.
Treinadores
Jean-Louis Gasset: O Marseille estava obrigado a assumir as rédeas do jogo, devido à desvantagem da primeira mão, e não há dúvida de que teve mais bola, desde o primeiro momento, mas demorou a conseguir ‘desmontar’ a equipa do Benfica Ainda assim, com o desenrolar do tempo, os franceses foram-se tornando cada vez mais perigosos, e acabaram por ser justos vencedores.
Roger Schmidt: O culminar de toda uma temporada de decisões desconexas. David Neres foi o principal ‘agitador’ do Benfica, mas acabou por ser o primeiro a ser substituído (juntamente com Casper Tengstedt) para dar lugar a João Mário. Os encarnados partiram para a reta final sem referência ofensiva… que recuperaram, no prolongamento, com a entrada de Arthur Cabral. Chega, assim, ao fim uma campanha para esquecer.
Árbitro
Uma noite ‘louca’, ao nível da história do jogo, mas tranquila no que diz respeito às decisões que Felix Zwayer teve de tomar. Geriu bem o jogo, e decidiu sempre bem, incluíndo nas duas ocasiões em que ignorou os pedidos de grande penalidade por parte do Marseille.