Ruben Amorim considera justa a vitória do Sporting… e muito injusta a derrota do Farense
– Onde esteve a chave do jogo e como comenta este apoio expressivo dos adeptos, que voltaram a marcar presença em grande número?
«Os adeptos, tem sido normal, temos tido sempre o apoio deles. Foi muito importante hoje nos momentos difíceis e, portanto, quinta feira temos mais e precisamos da ajuda deles. Em relação ao jogo, a chave esteve no terceiro golo, que o desbloqueou. Um jogo que era difícil, que se tornou fácil e depois, com duas bolas paradas, igualou-se. Na primeira parte, poderíamos ter feito melhor com bola. Na segunda fomos melhores com a bola, criámos ocasiões, não marcámos. E depois o Farense vai crescendo, ganhou dois livres, duas batidas muito boas de um jogador. Fez toda a diferença e depois foi o tentar ir para o 3-2 e acabámos por conseguir. Portanto, a chave está no terceiro golo.»
– O Sporting esteve a jogar mais de 70 minutos contra 10 jogadores, mas nem sempre se notou em campo. Foi o Farense que se superou ou o Sporting não se adaptou?
«Obviamente, o Farense superou-se, jogou contra uma equipa grande e, a perder 2-0, ainda conseguiu empatar o jogo. Volto a dizer que na primeira parte não tivemos a imaginação e a calma que deveríamos ter tido. Mas aí tínhamos o jogo controlado e não posso dizer que foram várias transições, foi uma transição que deu um livre, muito bem batido, que deu o 2-1. Na segunda parte, estivemos mais conscientes do que tínhamos de fazer, criámos mais oportunidades. Um segundo livre, um golo, e complicou tudo. Fomos tentando, obviamente que o Farense tem muito mérito e nós, com o desenrolar do jogo, fomo-nos tentando adaptar. Temos de olhar para o jogo, que estava perfeitamente controlado e temos de ver onde podíamos ter feito melhor e tornar a noite mais fácil.»
– Como comenta o lance do penalti do 3-2?
«Não falo de arbitragem, seja em que sentido for. Se analisasse, teríamos de fazer análise a todos os lances, porque seria injusto fazer análise ao último lance e não fazer a todos. Vocês de certeza que vão olhar para todos os lances que deram golo neste jogo e fazem esta avaliação. Nunca falei de arbitragem, vou continuar e pelo menos hoje vou conseguir.»
– Considera o resultado justo?
«Se a justiça for quem criou mais oportunidades e quem esteve mais perto do golo, o Sporting foi claramente um justo vencedor. Se falarmos de uma equipa que foi estoica na forma de defender, que esteve sempre à espreita do contra-ataque, que se juntou, que lutou contra tudo o que aconteceu durante o jogo, o Farense perder os três pontos também é um pouco injusto para eles. Mas o futebol é quem marca mais golos, nós estivemos sempre mais perto de marcar golos e parece-me que a vitória é justa. Digamos que é justa a vitória do Sporting, é muito injusta a derrota do Farense.»
– Lesão de Coates é impeditiva de jogar na quinta-feira, com o Atalanta?
«Aconteça o que acontecer, o Coates não jogará na quinta-feira. Não faço ideia. Ele sentiu, também é um jogador experiente e poderá olhar para aquilo e perceber que, se calhar, ia fazer uma lesão maior, e precaveu-se. Ainda não sei essa avaliação, mas aconteça o que acontecer o Coates não jogará na Liga Europa.»
– No imediato, que conclusões tira do jogo?
«Não lhe vou dizer, porque neste momento não consigo expressar e vou dizer coisas que se calhar… Amanhã vou ver o jogo com mais calma. O que me pareceu é que tivemos tudo para ter uma noite tranquila e depois fomos complicando. Se me disserem que o Farense, mesmo com 10 jogadores, criou muitas oportunidades e dividiu o jogo? Não. O Farense juntou-se e depois, em duas bolas paradas, conseguiu marcar golos. Teve mais duas saídas, quando já estávamos também a pensar no terceiro golo. Foi essa a análise do jogo: uma equipa que se aguentou bem e que tudo o que aconteceu foi mau para o lado deles, o Farense, e nós tivemos tudo na mão, mas com dois livres igualou-se tudo. Acaba por ser uma vitória justa, mas temos de olhar para o jogo e sentir que podíamos ter feito melhor.»