“Exibição de Trubin na Luz? Com Odysseas, a história teria sido outra…”
Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o antigo candidato à presidência do Benfica faz uma análise ao que foi a estreia das águias na edição deste ano da Liga dos Campeões. Pede tempo para que Arthur Cabral se adapte à equipa e condena a venda de Vlachodimos neste verão.
O Benfica cumpriu na quarta-feira o primeiro jogo na edição deste ano da Liga dos Campeões, mas sem o resultado que, certamente, desejava. O clube da Luz foi surpreendido pelo RB Salzburgo e perdeu por 0-2, num jogo em que esteve com menos um jogador desde os 13 minutos.
Em conversa exclusiva com o Desporto ao Minuto, Bruno Costa Carvalho, ex-candidato à presidência das águias, fez uma análise ao que foi a estreia dos encarnados na versão 2023/24 da Champions. O empresário fala de uma equipa que entrou adormecida na partida, mas que melhorou a partir do momento em que António Silva viu um cartão vermelho direto.
“O Benfica entrou muito mal no jogo. O Salzburgo estava muito mais pressionante, entrou ao ataque e o Benfica ficou um pouco sem reação. Houve o primeiro penálti, que não foi golo, e o segundo penálti também bem assinalado. O António Silva não o devia ter feito, mais valia ter sofrido o golo. Quando ficamos com 10, aí sim o Benfica mostrou personalidade, jogou como se estivesse com 11 jogadores”, começou por dizer Bruno Costa Carvalho.
“Acho que o Roger Schmidt não fez as melhores opções e esteve muito tempo adormecido no jogo. Isso tem vindo a ser um padrão. O Benfica não tem jogado mal e na quarta-feira até jogou bem. Não entendo é o desaparecimento do Florentino da equipa. Entra o Chiquinho e isso é estranho. Mexeu bem quando ficámos com dez jogadores, tirou o João Mário que era a única opção viável. E a questão do Aursnes a defesa esquerdo tem de acabar, não é uma boa opção. É bastante má e de recurso”, prosseguiu o empresário, falando depois da saída de Odysseas Vlachodimos para o Nottingham Forest no mercado de verão.
“Houve uma precipitação no caso Vlachodimos. Eu vi a pressão toda contra ele, dos adeptos e de toda a gente. Achei isso muito estranho. O Vlachodimos é um guarda-redes tarimbado e de Liga dos Campeões. O guarda-redes do Salzburgo fez uma grande exibição na Luz e nós tivemos um guarda-redes muito nervoso e que deixou as maiores desconfianças perante nós, os adeptos”, vincou, falando da exibição de Trubin.
A saída de Vlachodimos e a chegada de Trubin
O guardião ucraniano foi mesmo um dos elementos a menos na partida de quarta-feira. E sobre isso, Bruno Costa Carvalho alerta que a entrada em falso de Trubin no encontro, com uma grande penalidade provocada, pode ter criado instabilidade na equipa.
“É evidente que sim. Todos se lembram quando o Roberto era o guarda-redes do Benfica e o que acontecia. Na quarta-feira, o Trubin fez-me lembrar, em vários momentos, o que era o Roberto. E eram momentos bastante maus. O Rui Costa e o treinador levavam muita pressão para o Vlachodimos ir embora. Ele não era o melhor guarda-redes do mundo, mas era um bom guarda-redes. Defendia bastante. A substituição do Vlachodimos tinha de ser feita com muita cautela e com alguém que tivesse tempo para se adaptar ou com um valor completamente seguro, mas esses são muito caros. Por isso, acho que a maneira como o Vlachodimos foi tratado pelos adeptos e pelo Benfica não foi uma coisa muito prudente”, vincou Bruno Costa Carvalho, falando da pressão sobre o ucraniano.
“De repente vi toda a gente dizer que o Trubin era o novo Oblak ou Ederson. Mas, de facto, esses guarda-redes não existem todos os dias e, por isso, é que são vendidos pelos preços que são. Eu não sei se o Trubin pode vir a ser um bom guarda-redes. Mas penso que, com este começo e a pressão que lhe puseram em cima, não lhe vão dar tempo para que ele possa crescer. Vejo com muita preocupação a questão da baliza e do defesa esquerdo. Vamos ver se o Bernat vem em boa forma. Se vem do PSG, talvez já devesse estar a jogar. E ver o Aursnes ali é, por vezes, confrangedor. Estamos com uma série de equívocos desde o Florentino, que devia ter titular em algumas situações. Mas parece que já não entra nas contas do treinador”, frisou.