«Neres só colhe o que plantou», diz quem o lançou no São Paulo
David Neres é o nome do momento não apenas em Portugal, após o clássico entre Benfica e FC Porto que ajudou a resolver, mas também no Brasil, aonde regressa pela porta enorme da seleção brasileira para os duelos com a Venezuela e o Uruguai de apuramento para o Mundial de 2026.
A A BOLA, Júnior Chávare, o diretor do futebol de base do São Paulo em 2014, quando Neres tinha 16 anos, recorda como foi trabalhar com um jovem jogador com um talento que saltava aos olhos mas um físico – e uma personalidade – ainda em formação. «Ele só está a colher hoje o que plantou desde cedo», afirma.
«A dúvida em relação ao David Neres era a questão física, o enfrentamento de jogadores fortes, se ele seria um jogador que suportaria o jogo de profissional mesmo, mas então percebemos claramente, com pouco mais de um mês de treino, que ele tinha muito potencial para isso, tanto que ele foi imediatamente inscrito na Copa São Paulo de 2015», referiu.
«Depois disso», recorda o hoje executivo de futebol da Ferroviária de Araraquara, «fizemos uma ampla reformulação no sub-20 com a chegada do André Jardine, e imediatamente o subimos para essa categoria, foi feito um trabalho muito específico com ele, trabalhando muito a questão da força, da potência, do enfrentamento dos rivais».
«Sempre foi um profissional de muita autoestima, de muita confiança, e isso foi um fator que me surpreendeu positivamente», afirma. «Ele sempre almejou o melhor para a carreira dele, traçou o futuro dele com sabedoria e sabendo seguir o melhor rumo dentro e fora de campo», prossegue Chávare.