Contas a ajustar: como o Benfica ‘desviou’ Trubin do Inter
Ucraniano é um dos protagonistas principais do jogo de terça-feira entre águias e 'nerazzurri' para a Liga dos Campeões
O reencontro entre Inter e Benfica para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões encerra uma série de contas a ajustar, não só por causa da derrota das águias nos quartos de final da prova na época passada, mas também pela finta dos encarnados aos nerazzurri no último mercado de transferências relativamente a Trubin.
O adversário de terça-feira foi o clube que esteve mais perto de contratar o guarda-redes ucraniano, antes da cartada final lançada pelo Benfica. Desde o momento em que perceberam que Onana estava de saída para o Manchester United, imediatamente após o final da temporada passada, os dirigentes apontaram o foco de luz para Trubin, que tinha causado boa impressão nas três vezes que defrontara os milaneses para a Champions (uma vitória do Inter e dois empates a zero).
Numa fase inicial, tentaram a forma barata: garantir um acordo válido apenas a partir de janeiro, com prémio de assinatura, e assinar com o jogador a custo zero em junho de 2024, data em que terminava o contrato com o Shakhtar.
Segundo o portal local sport novyny, o acordo esteve muito perto de se materializar em segredo, mas o emblema com sede em Donetsk (mas que joga fora da região devido à invasão russa) descobriu e encostou Trubin à parede: sem renovar, ou saía no mercado de verão ou ficaria uma época inteira no banco.
Foram vários os relatos, à data, das aproximações do Inter. A 28 de junho, o jornal La Gazzetta dello Sport anunciava que Trubin era encarado como o eleito garantir o futuro da baliza do finalista vencido da edição 2022/2023 da Liga dos Campeões, uma vez que os outros candidatos para o posto eram vistos como opções para o presente e, portanto, experientes. A lista restrita resumia-se a três nomes: Sommer, Navas e Lloris; o suíço acabou por ser o escolhido.
Face à intransigência do Shakhtar, o Inter mudou de estratégia: assegurar Trubin para o imediato e abrir os cordões à bolsa. Na primeira semana de agosto assistiu-se a um verdadeiro duelo de gabinetes entre Milão e Lisboa. Inter e Benfica pagavam para ter o keeper, mas ficaria por se saber quem tinha mais argumentos para convencer o clube ucraniano.
Momentos houve, soube A BOLA, em que o Benfica temeu perder Trubin. Os italianos ofereciam €12 milhões e as águias não podiam passar dos €10 milhões. Essa linha vermelha já tinha sido plasmada nas negociações falhadas com o Athletico Paranaense por Bento Krepski e mesmo perante a pressão que vinha de Leste a pedir novas respostas, a questão financeira pesou sempre, porque o clube já tinha investido €25 milhões em Kokçu (contratação mais cara da história do futebol português) e estava a desembolsar, por aqueles dias, mais €20 milhões pelo passe de Arthur Cabral como substituto de Gonçalo Ramos, transferido para o PSG.