Artur Pereira de Castro diz que Sporting perde craque “por seis meses no mínimo”
Médico ortopedista mostra-se preocupado com sobrecarga física dos futebolistas e fala em "interesses meramente comerciais"
Daniel Bragança tem uma rotura total do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e não joga mais esta temporada. O médio do Sporting sofreu a segunda lesão grave da carreira num espaço de três anos e será uma grande baixa no plantel. Artur Pereira de Castro, médico ortopedista, aponta para um período de ausência de, no mínimo, seis meses.
“Uma lesão isolada do ligamento cruzado anterior, neste caso uma rotura total do ligamento, é grave, mas não implica uma paragem tão grande como a outra. Além da outra, na altura uma entorse traumática no joelho direito com lesão do ligamento cruzado anterior, teve ainda uma rotura do ligamento lateral externo. Por isso, demorou mais tempo na recuperação”, disse, ao jornal Record.
Tendo em conta a menor gravidade, o especialista aponta para que, “no melhor dos cenários”, Bragança “deve começar a integrar os trabalhos de relvado daqui a 6 meses no mínimo”. Pereira de Castro explica que o médio “evidentemente será operado”, mas que não “não deve ser operado tão cedo, pois há um período de repouso em que se faz a preparação pré-operatória com o joelho ainda a quente”.
Bragança também falhou toda a época 2022/23 a conta com um problema no joelho, mas o ortopedista garante que “esta lesão não tem nada a ver com a outra lesão. Naturalmente vai ter de fazer um reforço muscular na zona afetada e ter um trabalho árduo nesse sentido. Pode implicar problemas na demora da recuperação, mas são lesões e problemas diferentes. Será tratado de forma autónoma e esta lesão da rotura total do ligamento cruzado anterior não terá nada a ver com a lesão anterior em 2022”.
Para terminar, Pereira de Castro refere que “normalmente a média de lesões é de uma rotura e meia por época em cada equipa”, mas o Sporting vai na segunda esta temporada: Nuno Santos e Daniel Bragança. “Outro aspeto que me parece relevante é a quantidade de jogos a que os jogadores são sujeitos por interesses meramente comerciais. É importantíssimo ter cuidado com isso. Isto é tudo uma questão de fadiga, porque um atleta é um homem como todos e cansa-se. Se não se tem cuidado com o período de repouso, estes problemas e lesões serão cada vez mais frequentes”, atirou.
